A fobia é um tema que em nossa época contemporânea, tem-se falado com mais frequência.
Podemos considerar a fobia como uma manifestação de medo frente a um perigo real ou imaginário.
Para a Psicanálise a fobia está relacionada ao que Freud (1926) chamou de neurose de angústia, onde a pessoa entra em sofrimento ou uma angústia aterrorizante diante de uma sensação de desintegração e desamparo de seu “eu”, uma vez que a angústia que sente não lhe dá garantias de que vai ficar bem. E, nesse momento, a capacidade da pessoa para pensar e elaborar (simbolizar) o que está vivenciando, fica limitada.
Em outras palavras, a pessoa se sente aprisionada e por vezes, paralisada (crise de pânico) em tamanha angústia, tendo uma sensação como se fosse morrer.
As fobias, portanto, dizem respeito aos sintomas de angústia ( inconscientemente recalcadas – exclusão de algo da consciência que não foi simbolizado, não teve uma compreensão) que estão relacionados às insatisfações, ao desamparo e perdas sofridas.
A angústia manifestada na fobia mostra a fragilidade do “eu”, da noção de si mesmo e da entrada num vazio, onde o sujeito se sente sem energia de vida e sem autoconfiança. Desta forma, intensificam-se as fantasias e a sensação de morte.
A pessoa tomada pela angústia fóbica tem sensações que se manifestam no corpo: falta de ar, tontura, sudorese, tremores, palpitações, entre outros.
As fobias também podem ser compreendidas como um recurso imaginário diante da problemática da falta, buscando encobrir a falta, conforme formulou Lacan.
O tratamento psicanalítico envolve ajudar a pessoa a viver experiências de lidar com sofrimentos, sentindo-se em condições de realizar transformações criativas, reconstruindo o que chamamos de objetos internos (que venham a organizar o mundo interno) e assumindo a direção da própria existência, ou seja, não necessitando ser conduzido por outras pessoas.
No trabalho analítico é preciso que, pela palavra, o fóbico recupere seus afetos e sua capacidade de analisar seu medo de desaparecer, suas lutas, suas fantasias, seu desamparo e seus sentimentos, transitando mais livremente em seu mundo interno.
Assim, um “eu” empobrecido e fragilizado, no processo de análise, poderá lidar melhor com a falta de garantias diante da vida, aceitando os desafios que o próprio existir nos coloca.