O abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes é uma questão dos maus-tratos na infância, em função da frequência de casos e das consequências negativas tanto para o sujeito que sofreu quanto para a sua família, foi considerada como um grave problema de saúde púbica (OMS, 1999).
O abuso sexual é universal, atinge todas as classes sociais e idades, deixando a vítima a propensa a viver um cicio de violência ao qual foi submetida (Pfeiffer & Salvagni, 2005).
O maior número de casos ocorre dentro da casa em que a criança ou adolescente mora, sendo o agressor um membro da família, o qual se torna também um ato incestuoso.
De acordo com Matias (2006) uma definição para ato do incesto, seria “qualquer relação de caráter sexual entre pessoas que tenham um laço familiar, (pais e filhos, irmãos…).
Quando a criança começa a entender a realidade da situação abusiva, cai numa situação de silenciar por culpa, medo, vergonha e à confusão. Porém, a responsabilidade é sempre do agressor – o qual encontra-se em uma compulsão, o que não retira a responsabilidade por ele ter consciência do que faz, e sim um sinal de que precisa se tratar com urgência!
A negação por parte do adulto sobre a ocorrência do abuso torna o ocorrido mais traumático. É importante acreditar na fala da criança ou adolescente, pois geralmente levam até anos para a vítima encontrar alguém que ela confia e que se sinta segura para revelar esse segredo. Espera-se o acolhimento da pessoa receptora da confidencialidade e não julgamento, a fim de que a criança ou adolescente não se sinta revitalizada.
Lembrando que, o abuso sexual não ocorre somente com a penetração, inclui ainda toque/carícias nos genitais da vítima, exposição prematura ao sexo, pornografias.
Entretanto, existe uma diferença de comportamentos entre as ações do abuso e exploração sexual.
O abuso ocorre quando o adulto usa o corpo da criança ou adolescente para sua própria satisfação sexual. Como a criança, e mesmo o adolescente, não têm condições de discernir corretamente o que está acontecendo devido ao seu desenvolvimento, eles acabam se tornando reféns do seu agressor, tanto psicológica quanto socialmente. A exploração sexual acontece quando é oferecido algum tipo de troca ao menor de dezoito anos em troca de favores sexuais, tratando a sexualidade da pessoa como mercadoria, independente se há um adulto mediador. Essa troca pode ser dinheiro, comida, favores, presentes, ou até mesmo por um lugar para dormir.
Com a ocorrência da violência é rompida a bolha protetora, na qual o sujeito se guardava. Desorganiza-se o seu mundo e observa-se uma confusão em que o sujeito, não completamente consciente do que lhe acontece, percebe-se desamparado. A vida psíquica, após o trauma, será preenchida por fragmentos de lembranças com as quais o sujeito irá enfrentar as consequências da violência sofrida.
Desta forma, oferecemos aquilo de mais significativo da ação terapêutica psicanalítica que é a escuta, acolhimento e o oferecimento de interpretações subjetivas específicas ao mundo interno do sujeito.
Conte com a nossa escuta!