Násio (2011), convida pensar a adolescência como uma passagem entre a infância e a vida adulta, contornada por tormentas e criatividade, menino e menina deixam de ser criança de modo gradual para vir a ser adulto.
Leva-se em conta três modos de leitura desse tempo:
- biológica (adolescência é o período que mais ou menos coincide com a puberdade);
- sociológica (adolescência é um período entre a dependência infantil e a emancipação do jovem);
- psicanalítica (momento de contradições, podendo ir do mais terno amor ao puro ódio de seus pais, com rebeldia, alterações de humor, agitação, e sentimentos paradoxais que oscilam da intransigência ao conformismo).
Calligaris (2000), propõe pensar a adolescência como moratória. Suspensão, limbo, sendo este um fato suficiente para que haja inquietações de vários níveis nos jovens. Conclui que a criança passa em média doze anos de sua vida se preparando e se integrando na cultura, inclusive aprendem que há dois campos importantes para se destacar para que atinja a felicidade, ou seja, as relações amorosas, bem como as relações de poder no campo produtivo e financeiro.
Estes adolescentes preparam-se para esse momento, mas é exatamente nesse momento que são comunicados de que lhes é imposta uma moratória, ou seja, terão que esperar o tempo em que poderão amar e trabalhar como os adultos, e que antes desse tempo, não lhes será permitido relações amorosas e nem de trabalho.
Esse tempo de suspensão é chamado adolescência. Um tempo construído socialmente, visto que em algumas culturas não há adolescência e a criança passa a vida adulta após concluir um desafio proposto pelo grupo social como um rito de passagem.
Segundo o autor, o impasse mais difícil que se apresenta para o jovem está ligado muito mais a sua saída da adolescência do que estritamente sobre a entrada.
Para uma iniciação na vida adulta seria necessário saber o que define um homem e o que define uma mulher ambos adultos, mas na nossa cultura moderna essa questão permanece em aberto, o que possibilita construções bastante criativas e singulares, mas também colocam alguns impasses. Uma análise é a possibilidade de se apropriar dessa construção, respeitando o mais íntimo de cada sujeito, favorecendo a escritura de um nome próprio!