Gestar e não poder ninar. Gestar e não ver crescer. Ter uma gravidez interrompida ou parir sem trazer a vida. A morte é daquelas certezas inabaláveis, mas parece fugir à razão que aquele que está por vir ou que acaba de chegar ao mundo se vá tão rápido. Essa tristeza visceral das mães que perdem seus filhos, durante a gravidez ou após o parto, precisa ter seu lugar, ser respeitada e acolhida.
Perder um bebê é sempre uma ocasião de muita dor e, às vezes, incompreensão, afinal é a interrupção abrupta e dolorosa da promessa de um futuro juntos. Os pais nascem no instante em que concebem a possibilidade de ter um filho ou quando descobrem a gravidez. Bem antes do momento do parto, nasce também uma família e o amor pelo bebê. Não é como se fosse, já eram. Eram mãe e filho!
Muitos, por desconhecimento, consideram esse luto como menor, mais ameno, por acharem que uma história ainda não foi construída e que a saudade não será tanta, mas isso não é verdade. A dor de uma mãe será sempre a dor de uma mãe. O tempo do luto da mãe será o tempo dela conceber que a vida de seu filho existiu e deixou de existir. E não existe um tempo determinado para isso acontecer, afinal o luto é um processo muito individual.
O sofrimento não se mede e é preciso validar o que as pessoas sentem. Respeito e acolhimento são fundamentais para a elaboração do luto, para que a despedida aconteça de forma digna e para que a presença do filho fique sempre na lembrança e no coração. Superar a dor é possível. Mas esquecer, jamais.
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