Minha escolha foi, desde sempre, pela psicanálise. Primeiro, por uma percepção de que nossos sentimentos não se constituem num aqui-agora raso. Depois, a partir de estudos e de uma formação consistente, pelo claro entendimento de que há certas forças internas que nos regem e que precisam ser reconhecidas para que nos tornemos donos de nossas escolhas e ações na vida.
A análise pessoal permite que possamos nos embrenhar e reconhecer esse caminho pra dentro, acendendo luzes, desbravando espaços obscuros e até mesmo indesejados do nosso psiquismo, tornando cada vez mais consciente esse entendimento de si, essa redefiniçao de rota das atitudes, essa responsabilização pelas escolhas de vida que queremos levar, a despeito das expectativas do entorno. A história de vida que nos constituiu não pode ser mudada, mas pode sim, ser ressignificada. Com ajuda profissional é possível reorganizar, simbolizar, elaborar dores emocionais, re-conhecendo nossos processos internos: faz-se necessário gerar palavras, criar sentidos outros, reformular, emancipar.
Esse é o trabalho que escolhi, sob o amparo teórico e a estrutura ética da psicanálise: poder estar junto desse sujeito desejante, funcionando como apoio, como escuta atenta e isenta de julgamento, como acolhimento ao sofrimento inerente à busca.
Interessada nos desdobramentos do sofrimento humano, somei a especialização em Psicologia Hospitalar, com ênfase em oncologia e UTI, além da formação em Cuidados Paliativos e luto, tendo atuado nesta área por anos. Sigo a formação e estudos na APC (Associação Psicanalítica de Curitiba) e eventos em outras escolas de psicanálise, grupos de estudos, supervisão e análise pessoal.
Porque quando se escolhe e se é escolhido pela psicanálise, esse é um chamado que não cessa de se lançar, significando que não há limitações acerca do saber sobre o inconsciente, nem para o analista, nem para o analisando. Fica sempre um convite e uma curiosidade para se por em trabalho de busca. Vamos?