Hoje, 20 de novembro é considerado o Dia da Consciência Negra, instituída pela Lei nº 12.519 em 2011. A data escolhida é uma homenagem ao Zumbi dos Palmares, que faleceu em 1695 e foi um dos maiores líderes negros do Brasil na luta pela libertação dos escravos.
A abolição da escravatura no Brasil se deu em 13 de maio de 1888, quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, decretando oficialmente a libertação dos escravos em nosso país. Muitas mudanças aconteceram para que o negro pudesse ter os mesmos direitos, baseado nos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, entretanto em pleno século XXI somos todos testemunhas das várias formas de discriminação racial que continuam a acontecer no Brasil e no mundo. Fatos agora filmados e denunciados com muito mais clareza e que revelam o ódio, a violência e o preconceito contra uma pessoa ou grupo em função da sua raça ou cor.
Falar disso, implica em abordar o cenário de regimes totalitários que vivemos na contemporaneidade e que através de dispositivos como as fake news, por exemplo, sustentam, através das massas digitais, vias de retorno de projetos totalitários. Esses, por sua vez se baseiam em políticas que constroem discursos de ódio, intolerância e preconceito em relação as pessoas que não se enquadram em determinados padrões. Assim, vemos aumentar a intolerância em relação às questões: raciais, religiosas, origem étnica ou nacional, sexo ou orientação sexual, condições de alguma deficiência, condições da velhice, condição de ser mulher, entre tantas outras.
Obviamente que esse cenário produz efeitos e consequências nocivas na saúde mental das pessoas e na subjetividade dos mesmos, pois é preciso considerar que uma pessoa vítima de preconceitos, discriminação e maus-tratos, encontram-se em situações de urgência frente às ameaças em relação a própria existência, desamparo e angústia. Para essas vítimas desse tipo de violência física, psicológica e social, a terapia com profissionais especializados é uma saída possível para elaboração de um sofrimento intenso.
Assim, ao pensarmos em combater o racismo e todas as manifestações de intolerâncias, precisamos fazer, antes de tudo uma auto crítica e nos situarmos sobre que lugar cada um de nós ocupa, como sujeito ou objeto, nos laços sociais em nossa sociedade, nessa época. Esse processo não é fácil, é longo e requer um aprofundamento em busca de nós mesmos na condição de humanos, que vem se perdendo.