“- Tudo que eu pensava ser empatia, não é… E agora? Nunca fui empático? Será que nunca escutei genuinamente alguém?”
Podem ficar tranquilos, porque sim, vocês já souberam escutar muitas pessoas. O que trago aqui talvez seja uma forma de nomear esse ato e como podemos afinar a nossa escuta, esse canal que construímos com o outro.
A profissão de ser Psicólogo e/ou Psicanalista acaba exigindo que tenhamos um compromisso ético com a nossa prática, em que a escuta atravessa todo esse trabalho. Mas quando o assunto é empatia e escutar, temos um lugar comum entre todos, pois quem nunca passou pela situação de prestar ajuda ou “os ouvidos” para um amigo, familiar, amigo do trabalho, entre outros.
Se a empatia não tem passo-a-passo, ela é uma construção. Para sermos empáticos, primeiro precisamos ter em mente que “Escutar é uma arte que envolve riscos” e de que nem sempre vamos nos sentir satisfeitos com a nossa posição, parece que sempre algo ficará para trás. Nesse momento é que se faz importante entender que antes de tudo precisamos nos escutar, falar do que nos angustia, do que nos deixa em sofrimento. E abandonar o que temos como conhecido ou de que imaginávamos ser sobre nós mesmos. Para que assim, a viagem de se transitar as palavras do outro seja mais autêntica.
Ao invés de tomar a pele do outro, lhe oferecemos espaço… Isso talvez seja o que mais descontruímos da ideia da empatia ser a de se colocar no lugar do outro, ou no olhar do outro. Criar um espaço é o que de mais acessível temos quando o ato é escutar o sofrimento e desejo do outro.
Empatia é entender que naquele momento o mundo daquele ser se respalda por aquelas palavras, o delimita. É o que ele tem de conhecimento sobre quem é e de como está passando por aquela situação. Devolver suas palavras com acolhimento talvez seja o que de mais prático podemos fazer (e que está ao nosso alcance), para que ele também escute que o que ele diz tem valor.
Tanto temos a dizer sobre a empatia!