“Quando pensamos em perda, pensamos na morte das pessoas que amamos. Mas a perda é muito mais abrangente em nossas vidas.” (Judith Viorst, 2005).
Outro dia ouvi de uma criança que ela era a única que não tinha contato com suas avós, porque cada uma delas morava em uma cidade diferente. Perguntei se ela não falava por telefone, e mais moderno hoje, por vídeo chamada com suas avós, me respondeu que “sim, mas não é a mesma coisa”. E ela tem razão, não é a mesma coisa ver por uma tela aqueles a quem queremos abraçar, encher de beijos, fazer um carinho.
O aparelho celular, tão criticado há alguns anos por pais preocupados com a educação de seus filhos, preocupados em poder lhes dar mais atenção, preocupados que estejam assistindo algo impróprio, este meio de tecnologia é o que vem “salvando” algumas famílias neste momento tão triste de pandemia que estamos vivendo, onde o isolamento é necessário.
Não pudemos abraçar nossas mães no dia das mães, por “n” motivos, por não estarem mais em vida conosco, por morarem longe, por causa da pandemia. O mesmo aconteceu no dia dos avós, dia dos pais, pelos mesmos motivos, e o mesmo possivelmente acontecerá nas demais datas comemorativas (dia das crianças, Natal…) também pelos mesmos motivos, distância, isolamento, pandemia.
Mas hoje temos esse aparelho tecnológico tão criticado, mas que se bem usado pode nos ajudar a nos aproximarmos um pouco de quem tanto queremos bem e por perto. Hoje é a nossa possibilidade, talvez não a de todos, mas da grande maioria que se rendeu a esta modernidade para poder estar um pouco mais “próximo” de quem tanto se quer bem.
Nossas relações familiares e sociais mudaram, deixaram de ser presenciais e passaram a ser virtuais. São relações possíveis, é o que podemos fazer nesse momento, nos adaptamos a modernidade em que vivemos para poder mandar uma mensagem de carinho, dar um abraço virtual, falar com aquela pessoa que há tanto tempo não falávamos, porque pensamos que a distância não permitia.
Aproveitemos as benesses da virtualidade em tempos de pandemia.