O termo masculinidade começou a ser estudado no século XIX, sobre uma visão que colocava a masculinidade do homem, tomada à personalidade, traços de caráter e suas ações sociais vinculadas. O que isso quer dizer, é que, a
masculinidade estaria vinculada somente aos homens, com traços muito bem demarcados e especificados, um tanto quanto estereotipados. Dessa forma, a moral da honra masculina é descrita em termos de comportamento de enfrentamento, do olhar frente a algo, com sua postura ereta.
Pensando sobre essa construção da masculinidade, podemos chegar ao que se chama de “crise da masculinidade”, que seria um conjunto de comportamentos masculinos, decorrentes de ditos sociais, que coloca que: homens não choram, que homens não sentem medo e que homens têm que mostrar sua virilidade, entre muitos outros comportamentos.
Assim, os homens são definidos de formas diferentes em relação à linguagem, isto é, em relação a uma ordem simbólica. Porém, se pensarmos em um homem no qual manifesta sua masculinidade de uma forma diferente, estaria sendo julgado e colocado em um lugar de desprezo, fraqueza, impotência. Sobre essa questão, podemos pensar que a impotência está no campo do sintoma no masculino. E com isso, será que as referências de masculinidades, ainda servem para o ser humano e especificamente para o homem, do século XXI?
Por vezes então, as masculinidades colocam os homens a sofrer, por não poderem sofrer. O sofrer velado é manifestado muitas vezes em forma de angústia, medo, agressividade… o que nos faz pensar sobre algumas das possíveis razões que levaria um homem a cometer suicídio ou homicídio, por exemplo, por não estarem dentro desse padrão que foi, e é, imposto. Por fim, os homens se apegam a esses significantes, a essa ordem simbólica de masculinidade, e cria esse universo caótico que faz dos homens, uma ilusão de poder e força, para sustentar uma posição que foi construída e imposta.
Homens, contem com a nossa escuta.