Para falar sobre os adolescentes é preciso diferenciar as atitudes e as manifestações que são próprias desta fase, daquelas que se enquadram como sintomas patológicos. Sintomas esses que podem deixar os adultos assustados e, muitas vezes buscar soluções equivocadas.
A adolescência é a fase da vida marcada pela puberdade, como sendo o conjunto de mudanças físicas que transformam o corpo infantil em um corpo adulto, que se torna capacitado para a reprodução. Ou seja, é um conjunto de mudanças marcadas no corpo que carregam consigo transformações hormonais, biológicas e psicológicas.
Reduzir essa fase da vida dos jovens às manifestações de rebeldias, de contestações, de instabilidades de humor, introspecção, rejeição e críticas severas aos adultos, seria muito limitante.
Neste momento, é preciso compreender que muitas alterações marcam a vida do jovem como adaptação às modificações do próprio corpo, a descoberta da sexualidade, a separação dos seus pais da infância e a busca por uma nova identidade, produzindo, na maioria das vezes, um desequilíbrio e uma instabilidade emocional.
As experiências parentais e familiares que foram internalizadas até este momento podem ser uma forma de auxiliar o jovem a ter um conhecimento sobre si mesmo, a identificar as diferenças entre si e os outros, sendo, portanto, possível fazer novas escolhas para a sua vida.
Entretanto, quando os pais sozinhos não conseguem ajudar os adolescentes, a análise pode auxiliar nesse processo. Ela possibilita uma sustentação de um espaço que dê ao sujeito (adolescente) um lugar de fala, ao mesmo tempo que permite que ele possa se apropriar do seu desejo.