Quando falamos em saúde também pensamos em maneiras de promover o bem-estar associado à prevenção através de campanhas como a do Outubro Rosa. E essa campanha tem uma história, como um movimento internacional iniciado em 1990 pela Fundação Susan G. Komen, que lançou o laço rosa como símbolo de prevenção ao câncer de mama, durante a primeira corrida pela Cura, em Nova York. A campanha nos chama a atenção para compartilhar as informações sobre a importância da prevenção e poder descobrir com antecedência o câncer de mama, e outras formas de câncer, com o objetivo de conscientizar sobre a saúde das mulheres.
E ao pensarmos em saúde associamos a bem-estar físico e para além, o bem-estar psíquico que vai ao encontro da fala e da linguagem, mas também passa pelo corpo. Pois o diagnóstico do câncer tem uma referência médica, mas que quando se está afetado, o que investigamos pela psicanálise, a queixa e o sintoma que escapam a causa orgânica. A causa é outra. Pois Lacan diz “só existe causa para aquilo que manca”, para o que falha. Aquilo que não foi simbolizado, mas pode vir a ser quando endereçada ao analista. Investigamos como o corpo é causado pelos efeitos de linguagem que se manifesta no sujeito. Afetos como a angústia que se apresentam diante de incertezas que um tratamento pode gerar preocupações que revelam os nossos conflitos, como o medo. O desamparo apresenta-se diante de nossas fragilidades.
A direção que um tratamento psicanalítico se ocupa é pela via do tempo lógico do inconsciente cedendo a um trabalho de elaboração naquilo que resta como efeito no corpo. Convocando a trabalhar pela fala aquele que sofre, distinguindo-se do tratamento da ciência. E o efeito da análise pode se tornar causa de um sujeito desejante pela vida.
Referências
Lacan, J. (2008). O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (2ª ed.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. (Seminário original de 1964)
Por Sandra de Oliveira Maliska