Durante a graduação eu me interrogava principalmente sobre as dores da infância, tanto que após concluir o curso de Psicologia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) no interior de São Paulo, meu percurso profissional continuou na Residência em Saúde da Criança e do Adolescente da Faculdades Pequeno Príncipe (FPP) em Curitiba. Atuando no SUS em instituição hospitalar e também em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), tive a oportunidade de ouvir crianças, adolescentes e seus pais. Estive em contato com sofrimentos que eram expressos de diferentes formas: fala, choro, sintomas físicos, depressão, ansiedade, autolesões e até mesmo pensamentos de morte.
No consultório também tenho escutado adultos e entendido que as dores da infância continuam repercutindo mesmo depois de muito tempo, afinal, agimos de uma certa maneira e não entendemos o porquê, dizemos uma coisa querendo dizer outra, repetimos padrões em relacionamentos… Por aí se escondem os mistérios que a terapia pode ajudar a compreender e sabendo a importância disso, carrego comigo o desejo de democratizar esse espaço de escuta e questionamento de si através da clínica social.
Aprendi que as interrogações nos movimentam a partir de minha análise pessoal e formação, as quais me levaram por um caminho de perguntas que na tentativa de respondê-las algo se transforma e se constrói. Nesse sentido, continuo a caminhar cada vez mais inspirada pelo estudo da Psicanálise e pela singularidade humana.
E aí, o que você ainda não sabe sobre si mesmo?