Algumas pessoas podem responder que o trabalho para elas representa realização pessoal e estabilidade, já outras, o encaram como lugar de frustração e fonte de angústia, seja pela insatisfação com a profissão que exercem ou por se encontrarem numa situação de desemprego. Independente de qual seja sua condição atual, fato é que o trabalho tem um papel muito importante em nossas vidas.
Freud dizia que saúde mental é conseguir amar e trabalhar, você concorda? Para a psicanálise, o amor e o trabalho estão relacionados aos desejos pessoais, ao sentido da vida e ao legado que se pretende deixar para o mundo. Ou seja, o trabalho não é somente a fonte de sustento, mas é também um lugar onde o trabalhador se sente pertencente a um grupo maior, construindo vínculos sociais. Pense aqui com quantas pessoas você se relaciona no seu dia a dia profissional ou em quantas amizades você fez por causa do emprego. Trabalhar também é sobre se relacionar.
Mesmo tendo essa grande importância para o bem-estar, o trabalho tem se tornando, cada vez mais, a causa de adoecimento psíquico (como estresse, burnout, etc), seja pelo excesso de exigência de produtividade ou seja porque se idealiza muito mais do que, de fato, uma profissão pode oferecer. Na maioria das vezes, ela não será a concretização plena de uma vocação, de um talento ou de um chamado interior, o que não a exclui de ser digna e satisfatória. O trabalho sozinho não gera felicidade, não realiza a vida familiar, não resolve a vida amorosa e não preenche lacunas emocionais. Por isso, é importante dar o lugar devido ao trabalho – nem de menos e nem de mais.
Encontrar um trabalho bem como achar um amor são as coisas mais complexas da vida, pois exigem apostar nos sonhos e acreditar na capacidade que temos de construir relações de amor e trabalho. E refletir sobre isso se torna ainda mais necessário num contexto difícil de crise econômica e números elevados de taxas de desemprego e insegurança. O atendimento terapêutico pode ser um aliado para a escuta de seus sofrimentos sobre o trabalho, ou a falta dele.