Podemos dizer que estamos todos feridos, machucados e decepcionados diante das recentes tragédias acontecidas nas escolas brasileiras e justamente neste momento é possível que caiamos no perigo da contra violência, por sentirmos nossa segurança violada.
É fácil procurarmos um culpado, uma solução mágica, como por exemplo:
– “levantem os muros”
– “coloquem segurança nas portas das escolas”
– “o que as escolas estão fazendo para impedir?”
Sim, compreensível que pais e responsáveis busquem segurança para seus filhos e isso é totalmente humano.
O que é desumano é repassar notícia sem checar, dizer para as crianças que tem gente querendo matá-los na escola, pedir para que fiquem atentos… Isso é desumano!
Não há como blindar a vida das tragédias, esse é o preço de sermos humanos, de termos construído uma sociedade doente, que incita a violência o tempo todo, como por exemplo na maioria dos games, nos estádios de futebol, nas séries de tv.
Mas é diante da dor, que precisamos escolher a resposta que vamos dar.
Não temos solução mágica, não podemos apontar o dedo para a diretora da escola exigindo que ela nos dê respostas para nossa angústia diante de acontecimentos que refletem uma sociedade adoecida.
Precisamos romper os ciclos de violência nos grupos de WhatsApp, nas reuniões com a escola e lembrarmos que a escola é uma instituição que ama nossas crianças e adolescentes, lembrarmos que os professores dormem a acordam querendo o bem deles e trabalhando para que se tornem pessoas melhores.
Cuidados e orientações são bem-vindos.
Paranoia, drama e violência não nos ajudarão neste momento.
Não são muros blindados que resolverão.
A solução está em cada um de nós.
O que nos cabe é a conexão humana!
Se não dá para blindar nossa vida dos riscos, dá pra desblidar nossa vida quanto ao amor, ao cuidado e ao diálogo, que são as nossas únicas armas frente à barbárie.
Vamos nos lembrar que nas horas mais difíceis, mais dolorosas, temos ainda algum grau de escolha sobre como vamos reagir.
Diante do sofrimento, nós do coletivo Psi Social, reafirmamos nosso projeto de vida, que é a humanização por meio da escuta.
Estendemos aqui nosso amor a cada família que perdeu seus entes queridos e oferecemos, contra toda a violência, nossa equipe de profissionais, que pode ajudar a dar sentido a este momento doloroso.