Quem sou para o outro?
Por que os rótulos ou apelidos colam?
Quem é o sujeito que pratica o bullying?
Que lugar têm as reações agressivas entre pares?
Pesquisadores classificam os tipos e as possíveis formas de envolvimento dos adolescentes no bullying de forma física como: bater, chutar, empurrar, abusar sexualmente, assediar, fazer gestos, estragar e roubar objetos, exclusão, isolamento da vítima ou espalhar rumores. Todos esses comportamentos também causam sofrimentos psíquicos, como ansiedade, depressão, pânico, entre outros sintomas. Infelizmente, pouco perceptível aos adultos e se espalha de maneira muito sutil.
Para a pesquisadora Cléo Fante, o motivo de crianças ou adolescentes praticarem o bullying está relacionado a exemplos violentos e maus tratos parentais, à educação passiva (sem imposição de limites) e à falta do modelo familiar em como respeitar o próximo.
No entanto, fenômeno do bullying na estrutura, organiza lugares em que o elemento faz uso da violência para se colocar em uma posição de poder que usurpa um lugar que poderia regular o laço entre os pares. Trata-se de uma formação sintomática na qual o eu e o outro são aprisionados em uma tensão agressiva, aniquiladora e sem saída.
O bullying representa uma atitude perversa, que reduz o outro à condição de objeto de gozo, a ser desprezado e aniquilado, em um ciclo recorrente, que se perpetua ao longo do tempo. O quadro perverso do bullying congela os personagens, em que a palavra perde a eficácia e o valor. Tal ato é uma modalidade de violência que vem trazendo um sofrimento tão devastador à subjetividade de crianças e adolescentes que é comum optar pelo suicídio como um meio para encerrar tamanha dor.
O diálogo com os filhos é, na maioria das vezes, uma maneira de descobrir e ajudá-los a sair deste lugar que ocupam, caso estejam sofrendo bullying.