Você reconhece os sinais da depressão?
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), na atualidade a depressão é um dos maiores transtornos mentais na humanidade. É um estado emocional de angústia, aflição e inibição, que vem acompanhado de uma sensação de opressão e desamparo. Muitas vezes, esse sofrimento acontece porque se perdeu um certo laço de fé, confiança, força o que dificulta saber lidar com a vida. Também pode ser desencadeada por um sentimento de insuficiência do eu ideal, que busca perfeição, influenciado por valores culturais, morais e críticos.
Reprimir sentimentos pode provocar alterações na percepção da realidade, bem como uma desconexão da sua singularidade, sendo uma das causas da depressão.
Na contemporaneidade, um dos fatores que aumenta consideravelmente as chances da depressão, é o uso excessivo das redes sociais.
Escuto com frequência na clínica, relatos de mal-estar, angústia, ansiedade, dor e sofrimentos sentidos no corpo e na alma. Desânimo, medo, cansaço, falta de sentido na vida e um grande vazio, são recorrentes.
Esses sintomas aparecem como sinais que precisam de cuidados, e eles vem quando alguma coisa na vida está acontecendo e não se está prestando atenção. O sintoma é um alerta de que é preciso olhar para ele. A análise ajuda o analisando a se haver com o que a sintomática está mostrando. Vai ajudá-lo a encaminhar por outras vias o seu desejo de escolhas e romper com a repetição e o sofrimento de seguir atendendo os ideais narcísicos e sociais.
O adoecimento psíquico é uma saída que o sujeito encontra para manejar certos problemas da sua história. O que decide seu destino é o que você pode fazer com aquilo que fizeram com você.
Citando Perci, a força da qual se padece é a mesma que se pode exercer. Viver a pulsão, é fazer-se existir. Se não praticamos a força, sofremos dela. O desejo precisa ser exercitado a cada vez. Não devemos renunciar ao desejo.
Na psicanálise, ouvimos o inconsciente do analisado através da associação livre, que está o tempo todo tentando se manifestar através dos lapsos, sonhos, chistes e atos falhos.
O trabalho clínico consiste em um processo de escuta junto ao paciente, identificar não só os sintomas, mas o que há por trás deles, o que está em questão e qual a linha de fuga que pode se tornar uma linha de força. Esse processo propicia um exercício analítico constante que fortalece e amplia a capacidade de manejar conflitos e abre caminhos ao analisando de reconhecimento de suas potencialidades.
Esse exercício promove viver a vida à altura, com alegria, como ela é, e não idealizada.
